segunda-feira, 11 de maio de 2015

De Baleia, a Sereia. Uma historia de força e fé.

Meu nome é Paloma, tenho 23 anos, moro em São Paulo com minha mãe e minha avó. A pedido do Bruno e de muitos, busquei dividir com vocês minha história, uma história que através da força e da fé eu venho mudando e escrevendo novos capítulos em minha vida.
Bom vamos lá, desde pequena passei por um problema que me levou a ter algumas complicações na saúde, eu sofria de OBESIDADE. Devido ao meu peso elevado desenvolvi problemas como pressão alta, dores nos membros inferiores e luxações nos tornozelos devido a torções. 
Somada a minha obesidade, tive uma infância complicada pois eu cheguei ver meus pais em processo de separação, brigas diárias, bebedeiras de meu pai, por esta razão tive um pai ausente, esta ausência só me fez me sentir mal a cada dia, e como não sabia conviver com aquele vazio eu descontava tudo na comida. Foi então, que eu tinha 4 anos, eles se separaram, era criança, não tinha tanta noção das coisas, mas nós sabemos a falta que um pai faz em nossas vidas. No meu nascimento segundo minha mãe, não era gordinha ainda. Mas com o passar do tempo tive ganho de peso de uma forma que os médicos não sabiam explicar, aos 10 anos já estava na fase da obesidade infantil, com este problema desenvolvi depressão, só chorava e então começou meu problema com a alimentação, comia, comia, me cansava de comer e mesmo assim comia e depois dormia, em minha infância não tinha amigos pra brincar.
Na parte mais legal da vida eu não fui feliz, me sentia frustrada... passaram- se os anos, fui crescendo em todos os sentidos, para cima e para os lados, "crescer para os lados não me deixava feliz" e com isso cheguei ao final da adolescência ganhando peso e muito peso e além dos pesos ganhei de brinde uns apelidos "chupeta de baleia, rolha de poço, bola e etc". Com 18 anos já pesava uns 100 quilos, fiz tratamentos para perder peso, fiz todas as dietas era possíveis, tomei remédios e nada de ter resultados. Detalhe eu já ia a igreja buscar a Deus desde os 6 anos, mas até na igreja as pessoas falavam de mim por ser gorda, me chamavam de anjo fofo, que minha unção era maior que a do resto da congregação, ouvi muitas piadas que acabavam comigo, me deixando com a autoestima lá embaixo, estas ofensas me magoavam e me deixavam com mais raiva ainda, mas em momento algum esqueci que Deus estava no controle, apenas questionava o porquê disso tudo, mas minha fé estava lá firme e forte. 
Na escola era motivo de piada e chacota de todos, me sentia o patinho feio da história, mas não tinha como me esconder, pois o saco de pão para enfiar na minha cabeça, não servia, até nisso passava raiva, imaginem... Não era feliz, por mais que tivesse fé e esperança que tudo poderia mudar, não era feliz e com isso eu ainda descontava na comida, se bobear comia até quando estava dormindo. Meu desejo era fugir, sair da escola, pois não aguentava mais o que estava passando. E mesmo no caminhar com Deus, só clamava por misericórdia, pois não estava mais aguentando toda aquela situação. Foi quando descobri que havia um hospital em São Paulo, que estavam realizando matrícula para a fila de espera para a redução de estomago, então meu coração se encheu ainda mais de esperança e fui correndo fazer minha inscrição. “Ops... correndo não, porque se não a terra iria tremer como diziam os meninos malas da escola". Eu tinha 15 anos quando fiz a inscrição, porém, junto a esperança vieram os comentários: " Você está louca?",  "Vai morrer!", "Não vai adiantar nada!", "você é nova demais!". Mas não aguentava mais a vida que estava levando, me inscrevi, e comecei a acompanhar as palestras com a equipe do Dr Sinzenando. O tempo se passou e eu já tinha 18 anos, comecei a trabalhar, passei por mais problemas... "Vida de gordo não é fácil", vergonhas, mais chacotas , discriminação no trabalho. Procurei pelo convênio 9 vezes para fazer essa cirurgia. 
Aos 22 anos já estava pesando 131 quilos. Aí foi quando passei a maior vergonha da minha vida, quando fiquei presa em uma catraca de ônibus, imaginem todos rindo de mim... parecia vitrine de shopping, mas ao invés de apresentar uma look bonito, era minha pança que eles viam e riam. Quando desentalei, desci longe do ponto que tinha que descer, chegando em casa eu chorava feito uma criança, contei para minha mãe o que aconteceu, isto ocorreu em janeiro de 2014, havia desistido de procurar médicos.
Minha surpresa chegou em fevereiro, quando me ligaram do Hospital do Mandaqui (hospital localizado em São Paulo). Meu coração quase pulou para fora de tanta alegria, marcaram minha primeira consulta para dia 09/04/2014, os meses pareciam não ter fim, pois estava muito ansiosa. 
Quando passei no medico ele disse que iria me operar, porém havia um tratamento a fazer, precisei ir mudando meu estilo de vida, um processo nada fácil, mudanças de hábitos e rotinas. Todo este processo teve duração de 6 meses. Foram os 6 meses mais felizes de minha vida, mesmo sendo difícil, pois a mudança estava próxima. Até que minha cirurgia foi marcada para o dia 27/10/2014. 
Fui operada pelo Dr. Braz, fiz a Fobi Capela em Y Roux, aberta com anel. Senti muitas dores nos primeiros 6 dias, mas nada era como a alegria que sentia em meu coração. Fui fazendo tudo certinho, com a dieta emagreci bem nos primeiros meses. O médico que me acompanhava estava maravilhado por ver minha recuperação. Com 2 meses de operada já comecei a frequentar academia para evitar a flacidez.
Porém como nada na vida é fácil, nem tudo foi flores, perdi algumas pessoas que se diziam meus amigos. Sempre tive o apoio da minha mãe e da minha irmã em tudo, por isso sou grata a elas. Hoje  frequento academia 6x na semana e caminho 4x na semana por 2 horas, tudo acompanhado por profissionais capacitados e qualificados. Até agora, com 6 meses de operada, já emagreci 52 quilos, falta pouco para a meta médica.
E hoje digo as pessoas, tenham fé, pois a fé é tudo aquilo que não podemos ver, hoje você pode não ver uma transformação, mas acredite em Deus e siga os teus sonhos, lute com todas as suas forças e não se limite, a vida é linda mesmo você estando gordinho, magrinha, sendo baixa, alto, manco ou seja lá o que for, Seja forte! Não desistam, continuem a lutar, pois o primeiro a acreditar em você é VOCÊ MESMO!!

Por: Paloma Toso


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